Quando falamos sobre técnica para as mãos é impossível não falar de rudimentos e stick control. Aliás, técnica de mãos é o assunto do próximo curso da ZORZI DRUMS, que irá se chamar POWER HANDS. Dessa forma podemos dizer que existe uma íntima relação entre rudimentos, técnica de mãos e stick control, pois um contribui para o desenvolvimento do outro. É nesses estudos que o baterista desenvolve habilidade, velocidade, controle de dinâmica, controle de movimentos tanto de pulso quanto de dedos.

Muitos alunos pedem nas aulas ou em mensagens nas redes sociais da ZORZI DRUMS, qual é o melhor método para melhorar a mão esquerda, para superar as dificuldades enfrentadas com a mão esquerda. Um bom caminho para superar tais dificuldades é praticar os rudimentos, visto que a maioria deles deve ser praticada invertendo a ordem das mãos. Da mesma forma, a maioria dos exercícios do livro “Stick Control For The Snare Drummer” de George Lawrence Stone.

Ao buscar na internet a tabela de rudimentos, muitos se surpreendem com o que encontram, alguns rudimentos da tabela oficial da PAS parecem ser indecifráveis para alguns bateristas, principalmente para os iniciantes e para aqueles que ainda não adquiriram um bom conhecimento teórico.

Diante disso a ZORZI DRUMS vem trazer alguns esclarecimentos, mostrando como devem ser interpretados alguns dos rudimentos da tabela da PAS. Os rudimentos escolhidos fazem parte do grupo dos “Double stroke open roll rudiments”, onde predomina basicamente a técnica de toques duplos (papa-mama).

Um fato que não pode ser ignorado e nem esquecido, é o de que a maioria dos rudimentos foram criados tocando na caixa e em diferentes lugares do mundo, muito tempo antes de existir a bateria. Quase todos os rudimentos são de origem militar, vinculados aos toques e marchas dos regimentos e infantarias do exércitos. Isso quer dizer que a forma como aplicamos os rudimentos na bateria é uma espécie de adaptação que fazemos. Por isso nem todos os rudimentos podem ser adaptados e resultar em uma boa sonoridade. Alguns rudimentos não foram feitos para aplicar em toda a bateria, não funcionam bem para isso, devem ser tocadas apenas na caixa, como forma de aprimorar sua técnica.

Os “Double stroke open roll rudiments” tem uma boa aplicabilidade em toda a bateria, e esse potencial deve ser explorado, pois pode resultar em belíssimas frases (viradas) e impressionantes detalhes aplicados a conduções, tanto no chimbau quanto no prato de condução, além de ajudar muito no aprimoramento de sua técnica quando estudados na borracha ou na caixa.

 

FIVE STROKE ROLL

O rudimento “Five stroke roll” aparece escrito na tabela da PAS da seguinte forma:

 

 

 

Os dois traços que cortam a haste da primeira colcheia indicam que esta colcheia deve ser dividida duas vezes, o que irá resultar em quatro fusas. Tenha em mente que este rudimento não é uma quintina, são quatro fusas ligadas a uma colcheia acentuada.

Outro fato que deve ser observado é que o rudimento inicia e termina com a mão direita, no primeiro tempo, e no tempo seguinte com a mão esquerda (R=Direita; L=Esquerda).

Veja como seria a escrita sem abreviaturas:

 

 

 

O rudimento inicia no tempo com quatro fusas, tocadas na dinâmica “piano” ou “mezzo forte” e termina na colcheia do contratempo acentuada.

 

TEN STROKE ROLL

Como estamos falando de rudimentos da mesma família, o caso é similar ao anterior. Na tabela da PAS ele é apresentado da seguinte forma:

 

 

A semínima do primeiro tempo é dividida três vezes, o que resulta em oito fusas. Dessa forma teremos oito fusas, seguidas de duas semicolcheias acentuadas. É importante perceber que o rudimento ocupa o espaço de um tempo e meio dentro de um compasso 4/4, isto é inicia num tempo e termina no “e” do tempo seguinte.

 

Veja como fica a escrita sem abreviaturas:

 

 

Observe que este rudimento não faz uma inversão de mãos automática, você deve praticá-lo iniciando com a mão direita e depois praticar novamente iniciando com a mão esquerda. No momento de aplicar na bateria você acabará optando em tocar iniciando com a mão direita ou esquerda.

 

 

SIX STROKE ROLL

Da mesma forma que os anteriores, o “six stroke roll” é apresentado na tabela da PAS com uma escrita abreviada, o que pode tornar difícil sua interpretação.

Veja:

 

 

 

Ao contrário do que muitos pensam e entendem, esse rudimento não é uma sextina. Nada impede que o baterista o execute de tal forma. O que temos escrito na verdade é uma semicolcheia acentuada seguida de quatro fusas e outra semicolcheia acentuada. Se você iniciar o rudimento tocando com a mão direita, terminará com mão esquerda e vice-versa.

 

Veja como fica a escrita sem abreviaturas:

 

 

 

 

Para que você consiga entender e tocar os demais rudimentos deste grupo use o mesmo raciocínio para todos.

BONS ESTUDOS!!